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domingo, 4 de dezembro de 2011

A primeira vereadora de Jaú



Antigamente, mulheres tinham pouca influência na sociedade. Mas essa situação se inverteu quando Iolanda Mazzei, nascida em 20 de julho de 1925, marca presença entre a elite jauense.

Quando ainda era adolescente conheceu um rapaz, chamado Tancredo Mazzei, na Praça da República, em uma das tardes com música. Após quatro anos de compromisso, aconteceu o tão sonhado casamento. Assim, ela se tornou Iolanda Cândido de Oliveira Mazzei. Com ele, Iolanda teve cinco filhos.

A família nunca ofuscou o talento dela em se relacionar com pessoas. A professora formada em Letras atuou fortemente na área filantrópica e participou de diversas ações sociais. Fundou o Lar Escola Hilarinho Sanzovo, onde presidiu por cinco anos, e foi a sócia fundadora do curso Supletivo Ideal. Também presidiu a Associação das Senhoras Rotarianas e foi membro do conselho administrativo da Fundação Educacional Dr. Raul Bauab.

No entanto, um de seus trabalhos mais conhecidos foi a fundação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (a APAE), em 1965, com a finalidade de atender portadores de necessidades especiais.

Segundo o diretor social da APAE, Aldo Mazza Junior, que conheceu Iolanda alguns anos antes de sua morte, “ela era uma mulher excepcional. Sempre bem animada e com um coração do tamanho do mundo”.

A APAE foi considerada uma das primeiras do Estado de São Paulo e a 17ª do Brasil. Iolanda a dirigiria por 30 anos.

No entanto, o destaque em sua vida foi sua participação na política jauense. Em 15 de novembro de 1972, Iolanda se tornou a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Câmara dos Vereadores. Ocupou o cargo após vencer com 1.381 votos, a mais votada naquele ano, sendo eleita pela ARENA2 e escolhida como presidente da Câmara.

Maria Cândida Mazzei, nora da Iolanda que mora em São Paulo e que passa as férias em uma casa da família em Jaú, conta que ela sempre lutou por melhorias na cidade. “Tudo o que reclamavam para ela, por mínimo que fosse, ela dava um jeitinho de arrumar, de consertar, de não deixar aquilo incomodando. Ela sabia muito bem como é chato ter algo impedindo de vivermos nossa vida da melhor forma”, comenta.

O primeiro mandato de Iolanda foi entre 1973 e 1977. Por partido, era ligada aos ex-prefeitos Décio Pacheco e Jarbas Faracco. Fez ainda oposição ao prefeito eleito no período, Waldemar Bauab.

Contudo, ainda segundo a nora, “ela não se satisfez, porque recebia muitas ligações e reclamações e decidiu tentar outra vez”. Por causa disso, ela voltou a ocupar uma cadeira no Legislativo por mais um mandato, de 1997 a 2000. Em seu segundo mandato, Iolanda, agora no PMDB, obteve 1.176 votos.
Ela morreu no dia 22 de julho de 2006, aos 81 anos, de causas naturais.

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