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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O mais rico do mundo



Entre o fim da década de 80 e início dos anos 90, a revista norteamericana “Forbes” elegeu um jauense para a lista das pessoas mais ricas do mundo. Sebastião Ferraz de Camargo Penteado ficou nela por quatro anos consecutivos. Na época, sua fortuna estava avaliada em US$ 1,3 bilhão. Mas, essa dinheirama toda só foi possível porque não mediu esforços para ter uma vida melhor do que seus pais tiveram.

Nascido em 25 de setembro de 1909, Sebastião Camargo era filho dos agricultores Francisco Ferraz de Camargo Penteado e Anna Claudia Carvalho Ferraz. Estudou até o terceiro ano do Ensino Fundamental. Mas sua realidade começou a mudar quando, aos 17 anos, resolveu que era hora de encarar desafios.

Começou a trabalhar retirando terra da construção de estradas no interior paulista. Tempo depois se aventurou como empregado para os irmãos Urbino e Sinésio Sampaio Góes, tornando-se posteriormente empreiteiro.

Tomou gosto pelo negócio e, em 1936, faz parceria com Sylvio Corrêa, abrindo assim um pequeno negócio na Rua Barão de Paranapiacaba, atualmente conhecida como 25 de Março, no Centro de São Paulo. A Camargo Corrêa só daria certo devido ao forte desenvolvimento brasileiro da época e pela política favorável ao produto nacional.

A empresa começou pequena, com poucos funcionários e lucro ínfimo. No entanto, o serviço, sempre muito bem exercido, fez com que ela ganhasse fama. Em menos de três anos, a construtora começou a mostrar que teria um grande futuro pela frente.

Sua empresa foi responsável por mais de mil obras, entre elas as rodovias Imigrantes e Bandeirantes, o gasoduto Brasil-Bolívia, a usina nuclear de Angra 1 e a hidrelétrica Itaipu. Esta rendeu muito que falar, já que o ditador paraguaio Alfredo Stroessner, amigo de pescaria e caça do construtor, disse que só aceitaria a construção se ela fosse feita pela empresa de seu caro amigo “Don Sebastián”.

Também participou da abertura de várias estradas que possibilitaram o acesso a Brasília na década de 50.

Pouco antes disso, em maio de 1948, fundou a Companhia Jauense Industrial e ingressou na indústria têxtil, a fim de gerar empregos para seus conterrâneos. Empregou, sim, milhares de jauenses, mas também a transformou em uma das grandes produtoras de tecidos do país.

O grupo Camargo Corrêa, comandado agora por suas filhas e genros, por sua vez adquire 50% das ações ordinárias e 52% das preferenciais da Santista Têxtil em junho de 2003. No entanto, com o impasse, a empresa fecharia em Jaú, deixando todos seus funcionários desempregados após agosto de 2005.

Pode-se dizer que “Don Sebastián”, “Bastião” ou até mesmo “China”, por conta de seus olhos puxados, foi feliz em sua jornada. Conseguiu provar para aqueles que riam de seus sonhos que aquilo não era impossível. Bastava curiosidade, determinação e persistência.

Seu tradicionalismo garantiu uma gorda e palpável poupança, o que melhorou sua vida, de seus pais, irmãos e descendentes. Porém, morreu em 26 de agosto de 1994, aos 84 anos.

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