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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O fundador do primeiro Centro Espiritual de Jaú



Paulino de Oliveira Maciel nasceu na cidade de Areias, interior de São Paulo, no natal de 1847. Filho dos pobres agricultores José e Maria de Oliveira Maciel, ele teve vida honesta e simples. Embora tenha feito seus estudos primários, teve que trabalhar na lavoura junto com seus irmãos.
Inquieto, aos 18 anos decidiu aventurar-se em novas terras. Com o aval de seus pais, partiu sem rumo ora caminhando, ora com carona em carros de boi. Foi assim que em setembro de 1867 ele chegou a Jaú.

Logo fez amizades e por ser muito inteligente, simpático e autodidata no violão, acabou sendo convidado para se tornar Escrivão de Paz. Passou assim a frequentar a alta sociedade jauense, onde conheceria sua futura esposa Fortunata.

De origem religiosa espírita, tentava mostrar a todos os fundamentos de sua religião através do amor e da caridade. As primeiras atividades da religião no município que se tem notícia datam de 1904, e eram justamente reuniões feitas na casa de Paulino Maciel, localizada então na esquina das ruas Edgard Ferraz com a Riachuelo. Nessas reuniões, ele transmitia seus ensinamentos sobre Allan Kardec e toda a religião espírita aos frequentadores.

Trabalhou como contador e com isso comprou um sítio próximo a Jaú. Nele, começou a trabalhar como uma espécie de curandeiro, fornecendo remédio e auxílio para quem lhe procurava. Sua fama logo se espalhou e ele voltou a viver na cidade.

Paulino era adepto da homeopatia. “A homeopatia é uma forma natural de, através de plantas, buscar uma cura para vários males e Paulinho era extremamente bom nisso”, comenta a responsável pelo Centro Espírita União, Paz e Caridade, Georgete Moreira.

Tempos depois, foi convidado pelo Partido Conservador Jauense para concorrer como vereador, cargo que exerceria de 07 de janeiro de 1895 até 11 de janeiro de 1897. Um de seus projetos era a criação de uma Santa Casa. Para a construção, ele conseguiu doação de generosa quantidade de terras da fazenda José Pereira, pertencentes a Fabiana Pereira.

Em 1895 foi nomeado Intendente Municipal, em uma época em que a febre amarela assolava a cidade. Paulino continuou trabalhando com sua homeopatia, mas nem esta se mostrou eficiente para acabar com este mau. Entre os mortos pela doença estava Fortunata. Ele se casou com outra moça, Maria, anos depois, quando já não possuía mais dinheiro algum. Porém, não abandonou a homeopatia e continuou a medicar os necessitados que o procuravam.

Foi em sua administração em que o a praça da Matriz recebeu árvores e jardins. Também fundou o Centro Espírita Verdade Luz em 1909, um dos mais antigos do Brasil, que passou para as mãos de Caetano Lourenço de Camargo. Posteriormente, Paulinho funda o Centro Espírita União, Paz e Caridade, próximo a sua casa, já que o primeiro passa a ser do outro lado da cidade e ele se encontrava com a saúde debilitada. Ambos funcionavam de forma semelhante e serviam para incentivar e transmitir os ensinamentos de Allan Kardec. Aliás, os livros desses locais eram, no princípio, os livros do próprio Paulinho. “Ele sempre quis contribuir com o que possuía. Fosse dando medicamentos de fabricação caseira ou emprestando um livro”, diz Georgete.

No final de sua vida, sem muita opção de trabalho, acabou por ser servente no grupo escolar Pádua Salles, trabalhando para o diretor e amigo Túlio Espíndola de Castro até seu falecimento em 09 de dezembro de 1925.

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